terça-feira, 23 de setembro de 2014

Como ajudar seu filho a manter uma alimentação equilibrada?



Por Andrea Ramal

De acordo com o IBGE, quase metade das crianças brasileiras (47,6%) entre 5 e 9 anos tem sobrepeso ou obesidade. Isso indica que o Brasil acompanha uma tendência mundial de aumento de peso das populações infantis.

Segundo a OMS, se a tendência se mantiver, o mundo terá 75 milhões de crianças acima do peso em 2025, o que sugere riscos para a saúde das populações atuais e futuras. Crianças obesas podem se tornar adultos com chance de desenvolver doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, câncer e outros. Como ajudar seu filho a manter uma alimentação balanceada?

Não falaremos aqui de temas que dizem respeito a especialistas de nutrição. Mas a formação de hábitos para uma alimentação saudável é diretamente ligada a aspectos educacionais que envolvem a família e a escola. Há coisas simples que podem ser incluídas no dia a dia e que podem ajudar a fazer a diferença.

Por exemplo, a mãe de uma criança me procurou com a seguinte questão: “Meu filho se recusa a comer verduras e legumes. Para que ele não fique desnutrido, acabo cedendo e liberando batata frita. Como mudar isso?”

Essa atitude é comparável àquela em que os pais, para evitar uma cena de birra, fazem todas as vontades da criança. Além de ser arriscado para a saúde, acaba formando adolescentes mimados e com dificuldade de lidar com a frustração.


VEJA DICAS PARA QUE SEU FILHO TENHA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
· Defina um cardápio balanceado com antecedência, para evitar improvisos.
· Reforce os bons hábitos: em vez de doces, frutas; em vez de refrigerantes e bebidas artificiais, sucos naturais.
· Fique atento ao que seu filho come na escola.
· Inclua alimentos saudáveis na lancheira, com a orientação de um nutricionista.
· Evite que seu filho coma vendo TV ou jogando videogame.
· Não use comidas como prêmio ou punição.
· Dê o exemplo, mantendo você também uma alimentação balanceada.


Não se deveriam trocar refeições por lanches, sobretudo pouco nutritivos. Vale a pena esperar a criança sentir um pouco mais de fome. Limites são importantes para a educação e isso inclui a hora das refeições. Essa postura exige dos pais muita constância e paciência, para não desistir na primeira dificuldade.

Lembre que os hábitos (como estudo, leitura, higiene, alimentação) se formam desde cedo. Assim, é necessário apresentar à criança a variedade de alimentos existentes sem ficar restrito apenas àqueles de que a criança gosta. Se ela recusar algum, vale esperar alguns dias e apresentá-lo de outras formas.

Outro exemplo: o pai de uma criança me perguntou: “Eu tento negociar: se você comer a salada, pode comer a sobremesa. Isso ajuda?”

Não sou muito favorável a esse tipo de negociação, pois passa a ideia de que a sobremesa é boa e, para chegar a ela, é preciso passar por algo ruim (a salada). Além disso, não se deve usar a comida como recompensa, pois a cada coisa boa que fizer, a criança pode querer comemorar com algo nem sempre saudável.

Pais que, por exemplo, levam seus filhos a um fast food como prêmio pelas boas notas na escola poderiam substituir essa recompensa por outras, como passeios, um programa cultural ou uma tarde de brincadeiras com amigos.

O papel da escola também é fundamental. Em primeiro lugar, ela precisa conscientizar sobre os benefícios da nutrição saudável, incluindo estes temas como conteúdos de sala de aula (Lei 11.947/09). Não deve oferecer na cantina alimentos pouco nutritivos ou nocivos à saúde. O cardápio da merenda deve ser elaborado por nutricionistas e compatível com a faixa etária da criança, respeitando a cultura e os hábitos alimentares de cada região.

A escola precisa, ainda, orientar os pais a esse respeito, para que aprendam a cuidar da rotina da alimentação dos filhos. Até porque a qualidade da alimentação interfere no rendimento escolar. Por exemplo, se a criança não tiver tomado um café da manhã adequado, pode ficar sonolenta, indisposta, desatenta, além de ter dificuldades para participar das atividades físicas.

Uma recente campanha de conscientização sobre a obesidade infantil tem um slogan perfeito: “Que tal trocar uma bola de sorvete por uma bola de futebol?” Evitar o sedentarismo é uma das chaves. Em vez de ficar contando calorias desde cedo, vale a pena trocar algumas horas de videogame por um esporte ou exercícios ao ar livre.

Por fim, um ponto importante: ao conversar com seu filho sobre tudo isso, fique atento com o modo como você se refere aos estereótipos de gordo / magro. Não passe a ideia de que ser gordo é feio, e nunca diga que é melhor emagrecer para evitar bullying na escola. Isso seria uma educação às avessas! Ensine seu filho a respeitar as pessoas do jeito que são, a ver a beleza em magros e gordos, a valorizar a diversidade, que é a grande riqueza da vida.

Reforce a ideia de adotar uma alimentação balanceada não em função de modas e preconceitos, mas sim pela qualidade de vida e pela saúde que pode representar. Dedique tempo a essa educação: hábitos alimentares adequados se refletem no desenvolvimento da criança e valem para toda a vida.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O que vale é participar

Se a criança chora sempre que não ganha um jogo, é preciso ensiná-la a perder e explicar que diversão vale mais do que ganhar
Por Redação Pais & Filhos 09.09.2014



O seu filho fica bravo quando não ganha um jogo ou tem um ataque quando a irmã pega o lugar dele no carro? É o tipo de criança que gosta de estar sempre em primeiro.

Embora a vitória dê à criança um sentimento de competência e orgulho, importantes para a autoestima, há benefícios que são proporcionados pela derrota. “Perder ajuda a desenvolver empatia e perseverança”, diz Carolyn Ievers-Landis, psicóloga clínica no UH Rainbow Babies & Children’s Hospital, em Cleveland. Mesmo quando seu filho parece desapontado no momento, confie na capacidade de ele superar a perda rapidamente. “Em vez de mimá-lo, deixe-o sentir a dor da derrota. Não há problema algum nisso”, explica Ievers-Landis.

Há alguns comportamentos comuns em relação à derrota. Veja a seguir como lidar com a saída tomada por seu filho.

“Eu sou horrível nisso”

Uma boa estratégia é elogiar a atuação do seu filho – qualquer seja ela! Sempre há algo para apontar e comemorar... Crianças até 5 anos não querem competir apenas pelo desafio. Elas gostam de ganhar pelo sentimento de realização e aprovação que a vitória traz, explica John Wechter, psicólogo clínico em Cambridge, Massachusetts. Um exemplo? Você pode dizer “Estou muito orgulhosa dos chutes fortes que você já está dando!”. Quando vocês estiverem assistindo a algum evento esportivo juntos, mostre que os jogadores apertam as mãos independentemente do resultado do jogo. Isso faz seu filho começar a entender o que é espírito esportivo e, depois, reproduzir esse comportamento.

Você pode ainda mostrar os jogos à criança apontando que ganhar não é tudo. “Na minha família, o vencedor fica com a função de guardar as peças e o tabuleiro”, diz O‘Brien. Isso faz com que os ganhadores tenham o que fazer além de comemorar, o que pode irritar os outros.

“Eu nunca mais vou brincar com esse jogo bobo de novo”

Explique que todo mundo perde de vez em quando. Muitos jogos desenvolvidos para crianças pequenas – que envolvem desenhos ou dados – são pura questão de sorte. Indicar isso ao seu filho pode ajudá-lo a ficar com menos raiva. Mas tudo sem subestimar a perda, o que pode ser feito com frases como “as coisas nem sempre acontecem como a gente quer” ou “há momentos em que eu me sinto desapontada também”. “Isso é diferente de dizer ‘isso não é nada’ ”, explica Maureen O‘Brien, Ph.D., autora de Watch Me Grow: I‘m One-Two-Three. Funciona também frisar que outras oportunidades virão. Isso dará a ele algo futuro com que se preocupar.

Se o jogo em questão envolver mais estratégia do que sorte, você pode ajudá-lo a melhorar. Isso pode ser feito com sugestões como “Hmm, o que será que teria acontecido se você tivesse mexido esta peça e não a outra?”Dessa forma, seu filho não se sentirá criticado. Além disso, ele terá mais facilidade para se lembrar da nova estratégia se chegar às suas próprias conclusões.

“Eu desisto!”

Se o seu filho perceber que talvez não seja o vitorioso, é possível que queira parar de jogar para evitar a frustração (ou a humilhação) da perda. O ponto aqui é ressaltar que é importante terminar os jogos. Você deve persistir e encorajá-lo a continuar até o fim. “Diga a ele que parar no meio do jogo é como quebrar uma promessa feita a um amigo – e que, se desistir, talvez o amigo fique chateado”, aconselha Ievers-Landis

Os campeonatos de futebol, nesse caso, também fornecem boas comparações: pergunte a seu filho como ele se sentiria se algum jogador desistisse antes do fim da partida.

“Esse jogo é para meninas”

Surpreendentemente, as pesquisas têm apontado que muitas reações de uma criança ao perder um jogo tem relação com o sexo do oponente. Em algumas fase da infância, muitas crianças identificam diversas atividades como sendo “para meninos” ou “para meninas”, e isso pode fazer com que elas percam interesse em um jogo se uma criança do sexo oposto sobressai nele. Como não tem nada a ver alimentar esse tipo de ideia, é melhor algo do tipo: “Sua irmã ganhou esse jogo porque foi melhor desta vez. Se você jogar algumas vezes, será tão bom quanto”.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Horário certo para dormir melhora saúde da criança

Por Redação Yahoo Brasil | Yahoo Mulher



É certo que toda criança precisa de disciplina, e isso inclui horários pré-definidos para o sono, alimentação, atividades escolares e lazer. Uma rotina estruturada é de extrema importância para a manutenção da saúde e para o desenvolvimento emocional dos pequenos.

Segundo a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, o sono é função vital ao organismo e necessita de uma rotina, do mesmo modo que todas as outras atividades do dia a dia. “Se a criança não dorme bem em decorrência da indisciplina, isso pode trazer sérios problemas à saúde, devido à irregularidade do relógio biológico. Em curto prazo, por exemplo, tendem a ficar cansados, irritados, estressados, ter alterações repentinas de humor, desatenção e dificuldade de concentração”, esclarece.

A consultora esclarece que crianças até 3 anos precisam 11 horas à noite, em média. "À medida que forem crescendo, essa quantidade de tempo diminui, pois a melatonina, hormônio responsável pela regularização do sono, tem o seu pico máximo de produção no ser humano aos 3 anos de idade e, com o envelhecimento, a sua formação vai diminuindo”, explica.

Criar disciplina, com horários estipulados para ir para cama e acordar, faz com que o relógio biológico entenda e se adapte facilmente, o que é importante para o bom funcionamento do organismo. “Quando dormimos, há alterações psicológicas e hormonais que dependem da regularidade do sono, por isso, respeitar os horários é fundamental”, diz Renata.

Para a especialista, uma rotina de descanso traz uma melhora significativa para a saúde da criança. Isto porque, durante a noite, acontece a troca e regeneração celulares, além da liberação do Hormônio do Crescimento (GH), que ocorre, principalmente, nas fases mais profundas do sono. Nas crianças, a produção dessa substância é essencial, pois, além do crescimento, ajuda a controlar o colesterol e a manter a densidade dos ossos.

É importante que os pequenos compreendam que a noite é o momento para dormir. Os pais, por exemplo, podem colaborar fazendo uma programação e criando um ritual para os filhos. “Leve os pequeninos para escovar os dentes, conte uma história ou cante uma canção tranquila antes de eles dormirem. Faça com que a criança aprenda, aos poucos, a colocar em ordem suas atividades e, principalmente, entenda o porquê de estar fazendo isso”, recomenda a consultora.

IN: CARINHO DE MÃE

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A culpa da mãe

por Alysson Muotri



Estar grávida hoje em dia é um desafio e nunca foi tão estressante. A lista de coisas que pode e não pode é enorme. A relação de fatores de risco pré-natal tem invadido a mídia: gripe, antidepressivos, açúcar, gordura, café, sushi, gatos, tipo de música, muito (ou pouco) exercício físico e até a idade das mães são assuntos do momento. E se a futura mamãe ficar ansiosa ou estressada, ainda terá que conviver com olhares de reprovação social.

Na história da medicina, não faltam exemplos mostrando como experiências uterinas afetam os descendentes. Existe uma verdadeira fixação e fascinação dos pesquisadores sobre o assunto. Faz sentido, afinal durantes os 9 meses iniciais de nossa vida esse foi nosso único ambiente e onde ocorrem etapas cruciais do desenvolvimento humano. Não existe nada de errado nesse tipo de estudo, mas o foco demasiado em cima das mães chamou até a atenção dos pesquisadores nessa área que decidiram dar um “toque” aos jornalistas de ciência. Um editorial recém publicado na Nature, de autoria da pesquisadora Sarah Richardson, chama a atenção para o problema. Abaixo eu ressalto alguns dos exemplos citados e incluo outros, aproveitando para opinar como cientista nesse assunto.

Ultimamente, diversos assuntos relacionados ao tema têm destacado as alterações epigenéticas (análise de modificações hereditárias no DNA que influenciam a atividade dos genes sem alterar a sequencia genética). Essas alterações implicam riscos de obesidade, diabetes e resposta a estresse durante o desenvolvimento das crianças.

Como o assunto é altamente complexo sob a perspectiva molecular, e também multifatorial, a mídia tende a simplificar o assunto, focando apenas no impacto materno. Manchetes como “Dieta materna altera o DNA do feto” ou “Grávidas sobreviventes de desastres transmitem o trauma para os filhos” são relativamente comuns de se achar em jornais e revistas de grande circulação. Fatores como a contribuição paterna, a vida em família e o ambiente social recebem muito menos atenção. Como consequência, existe um sentimento de culpa e vigilância desnecessários em mulheres grávidas e mães em geral.

Existem diversos exemplos de como a sociedade culpa as mães por doenças dos filhos. Evidencias científicas de que o álcool em excesso pode causar complicações e má formações durante a gestação levou à recomendação de que mulheres grávidas evitassem a bebida. O consumo alcóolico durante a gravidez foi estigmatizado e até criminalizado. Bares e restaurantes são obrigados avisar que a bebida causa defeitos congênitos nos EUA, mesmo que não existam evidências sugerindo qualquer problema com o consumo moderado. Aliás, mulheres que bebiam moderadamente passaram a evitar o consumo durante a gravidez, mas o número de crianças vítimas do abuso de álcool não diminuiu. Como consequência, a visão da mulher grávida tomando um drink é hoje em dia altamente condenável para a maioria das pessoas e faz com que agonizem a gestação toda por um golinho ocasional.

Nos anos 80 e 90, o uso de crack criou uma histeria midiática com os famigerados “filhos do crack” – crianças nascidas de mulheres viciadas e que foram expostas à droga ainda no útero. Grávidas dependentes de drogas perderam benefícios sociais, a guarda dos filhos e muitas acabaram na prisão, a grande maioria negras e pobres, condenadas por expor fetos indefesos à droga. Os filhos também sofreram, estigmatizados e condenados ao fracasso social desde o nascimento. Hoje sabemos que a exposição do feto ao crack ou cocaína é considerado tão nocivo quanto ao cigarro ou álcool em excesso. Mesmo assim, apenas usuárias de drogas são condenadas criminalmente nos EUA.

Outro exemplo clássico de “culpa materna” é o conceito de mãe-geladeira (uma metáfora que sugere o desapego e frieza emocional), dando origem a crianças autistas nos anos 50-70. E não faz muito tempo atrás que diversos livros médicos ainda atribuíam alterações mentais e tendências criminais a uma postura materna, inclusive as amizades durante a gestação, ignorando completamente as origens biológicas dessas condições e diversos outros fatores ambientais. Suporte inadequado a mulheres grávidas e afirmações pouco contextualizadas ainda hoje são encontradas em materiais educacionais com boas intenções. Duvida? Veja no website montado pelo Imperial College London que mostra um adolescente saindo da prisão e sugere que cuidados pré-natais poderiam auxiliar no combate ao crime. Inacreditável, não?

Por isso que o foco materno das pesquisas epigenéticas ainda lembra esse tipo de atitude do passado, colocando todo o contexto social e diversos outros fatores em segundo plano. Outro erro comum que ainda persiste é o de estabelecer causa e efeito. Novamente, estudos com autismo são notórios por isso. Ao relacionar a incidência de autismo com fatores externos (vacinas, morar perto de avenidas ou de antenas de celulares), muitas reportagens não deixam claro que a conclusão é apenas correlacional e evitam mencionar dados inconsistentes (por exemplo, a correlação estatística desaparece se consideramos idades diferentes ou outra variável).

Para evitar que esse tipo de atitude continue, tanto a mídia quanto os leitores teriam que ser mais críticos cientificamente. Primeiro, evitando extrapolar estudos com camundongos para humanos. Segundo, balanceando o papel tanto do pai quanto da mãe. Terceiro, demonstrando complexidade no assunto ao mostrar que diversos fatores variáveis acontecem ao mesmo tempo, sendo muitos desconhecidos. E por final, reconhecendo o papel da sociedade, principalmente ao apontar soluções para o problema.

Os métodos e a tecnologia científica têm aumentado consideravelmente em complexidade nos últimos dez anos. A tendência é que isso seja exponencial, ou seja, cada vez mais difícil de se traduzir para uma linguagem leiga e simples. Por isso mesmo, a sociedade tem que ser mais crítica, exigindo melhores formas de comunicação científica da mídia e dos próprios cientistas. Acho que isso vai auxiliar no entendimento das pesquisas, sem apontar culpados ou restringir a liberdade das futuras mães.

in: G1 Ciência

* Foto: Luana Siqueira/Arquivo Pessoal

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Crianças com cachorros em casa adoecem menos



Recentemente foi apresentado no Mais Saúde um estudo desenvolvido na Finlândia. Este estudo mostrava que os adolescentes que passam mais tempo fora de casa, e que tem mais contato com a natureza, sofrem menos com problemas de alergias do que aqueles que vivem exclusivamente nos ambientes urbanos.

Um estudo mais recente desenvolvido também na Finlândia, publicado esta semana, sugere que as crianças que crescem em lares com cães, em geral, tendem a contrair menos tipos de doenças e necessitam de antibióticos com menos freqüência.

O estudo acompanhou 397 crianças nascidas em zonas suburbanas ou rurais na Finlândia entre Setembro de 2002 e Maio de 2005. Durante os seus primeiros anos de vida, os pais das crianças tiveram que preencher questionários semanais sobre o histórico de saúde destas crianças. Se eles estivessem doentes, os pais tinham que especificar quais os tipos de doenças os filhos contraíram e se eles necessitaram passar por tratamentos com antibióticos.

Neste estudo, os pesquisadores também perguntavam se haviam cães e/ou gatos em suas residências, se houvesse, era necessário especificar o tempo gasto com os animais fora de casa diariamente. Para controlar outros fatores na pesquisa, eles também perguntaram sobre o fumo na gravidez, número de filhos, se as crianças foram amamentadas, dentre outros questionamentos.

A pesquisa mostrou que as crianças que possuem cachorros em casa eram saudáveis 73% do tempo, e aquelas sem cães em casa eram saudáveis 65% das semanas. Crianças com cachorros em casa apresentaram 44% menos infecção auditiva, e diminuíram o uso freqüente de antibióticos em 29%. Os pesquisadores também investigaram o contato de crianças com gatos, que também pareceu ser eficaz em contribuir para que elas sejam mais saudáveis, entretanto, o efeito de proteção a doenças não foi tão intenso quanto aquele causado pela exposição a cães.

Mas como o contato com cães pode auxiliar no combate as doenças infantis? A resposta a essa pergunta ainda não se sabe ao certo, mas a melhor teoria seria que as crianças com cães em casa estão expostas a uma maior variedade de bactérias – na pele e pêlo dos cães – as quais estimulam o sistema imunológico da criança a funcionar melhor e a combater infecções.

Este estudo é interessante, mas não significa que você deva sair e adquirir um cão para manter seus filhos mais saudáveis. È importante mencionar, por exemplo, que o ambiente bacteriológico na Finlândia é provavelmente muito diferente daqueles tipicamente urbanos, e algumas crianças com predisposição genética a desenvolver alergias a cães e gatos, poderão apresentar mais problemas com animais de estimação em casa.

Mais estudos serão necessários para investigar estes fatores a fundo, mas por hora, você poderá discutir essas questões com o seu pediatra e/ou alergista.

in: Mais Saúde

Como o uso precoce de antibióticos pode levar à obesidade infantil

Você já parou para pensar na relação existente entre o uso de antibióticos na infância e a obesidade? Estudos recentes apontam que pode haver uma forte ligação.



A relação fica mais clara quando pensamos na pecuária. É comum a adição de antibióticos em doses baixas na alimentação de animais, em especial frango e gado bovino. Isso acontece porque os antibióticos desequilibram a ecologia natural do intestino, interrompendo os padrões normais de absorção de alimentos e alterando o metabolismo de tal forma que leva ao ganho de peso.

O aumento rápido de peso pode levar a maiores lucros na agroindústria, mas não é tão bom para os humanos. Estudos recentes apontam que crianças que recebem antibióticos em idade precoce tendem a ficar mais pesadas.

Estudo publicado no International Journal of Obesity analisou mais de 11 mil crianças no Reino Unido e descobriu que as que foram expostas a antibióticos durante os primeiros seis meses de vida foram significativamente mais pesados ​​em entre o 10° e 38° primeiros meses. No geral, as crianças que receberam antibióticos ainda muito pequenas tiveram 22% a mais de chance de ficar com sobrepeso.

Outro estudo, publicado em 21 de agosto de 2014 na mesma revista chegou à mesma conclusão. Nele foi apontado que meninos que receberam antibióticos durante o primeiro ano de vida foram significativamente mais pesados até os 8 anos de idade, muito tempo após o uso do medicamento.

O terceiro estudo, publicado em 14 de agosto de 2014 na revista Cell, realizou um experimento com camundongos para também buscar a relação existente. Os pesquisadores deram penicilina à metade de um grupo de filhotes e compararam com a outra metade, que não recebeu o medicamento. A gordura corporal foi medida quando eles se tornaram adultos.

As conclusões reforçaram as pesquisas anteriores. Os pesquisadores apontaram para mudanças reais na forma como os genes nas células dos camundongos foram “expressos”. Um dos autores, o Dr. Martin Blaser, da New York University Medical Center, concluiu que a exposição precoce a antibióticos “pode levar a alterações metabólicas ao longo de toda a vida”.

Embora sejam um medicamento milagroso, os antibióticos devem ser usados apenas com indicação médica. Isso porque eles eliminam bactérias de nosso organismo, inclusive as benéficas, responsáveis por manter nosso sistema imunológico e nosso metabolismo funcionando normalmente desde o nosso nascimento. Por isso, use antibióticos somente com orientação médica.

in: Mais Saúde

10 VALORES QUE DEVEM SER ENSINADOS AOS FILHOS



Educar os filhos é um dos maiores desafios enfrentado pelos pais, e um dos pontos mais importantes dessa tarefa é ensinar os bons valores à posteridade. Ter um bom caráter, distinguir o certo do errado, aprender a dividir, a ouvir, a respeitar… Esses são só alguns exemplos da educação que deve ser iniciada em casa.

Os bons valores são o que fazem com que a sociedade seja um lugar melhor para se viver e isso independe de cor, crença ou classe social. Por isso é importante passar esses ensinamentos aos pequenos o quanto antes.

Aqui estão 10 bons valores a serem ensinados aos filhos. O que mais você acrescentaria à lista?

Respeito
Pela família, pelos amigos e também por desconhecidos. É não ofender pessoas, ou menosprezá-las e entender que a sua liberdade termina quando a do outro começa. Cuidar do meio ambiente também entra na lista: jogar papel no lixo, não quebrar o banco da praça, prezar pelo espaço público. São pequenos atos que demonstram respeito ao espaço do outro e também ao espaço em que se vive.

Gentileza
É o "por favor", o "muito obrigado", o "bom dia", o "com licença". É oferecer ajuda à quem precisa, parar o carro para o pedestre atravessar na faixa e agradecer quando o motorista faz o mesmo por você.

Empatia
Já ouviu aquela frase: "não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem com você"? Pois é. Colocar-se no lugar do outro é o primeiro passo para evitar muitos conflitos desnecessários. Também não debochar dos sentimentos alheios: você nunca sabe o que o outro está enfrentando ou teve que enfrentar.

Humildade
É entender que ninguém é melhor do que ninguém. Aceitar e assumir os erros também faz parte do aprendizado.

Responsabilidade
Cumprir com o que prometeu, aceitar e assumir erros (afinal errar é humano!), respeitar horários e obrigações. Se todo mundo faz a sua parte (mesmo que pareça pouco) o mundo flui melhor.

Persistência
Aceite que muitos erros serão cometidos antes do primeiro acerto e não desistir no primeiro obstáculo ou mesmo seguir sempre em frente, apesar das falhas. Às vezes é necessário apenas olhar o problema por um outro ângulo para conseguir resolvê-lo.

Tolerância e paciência
O mundo é composto por bilhões de pessoas e nem todas irão pensar ou agir da mesma forma que você ou terão as mesmas convicções e valores. Aprender a ser tolerante com quem é diferente torna as relações mais leves.

Integridade
É comum os pais ouvirem: "ah, mas todo mundo faz, por que eu não posso?". Fazer o certo, mesmo que todo mundo esteja fazendo errado. Fazer o bem, mesmo que ninguém esteja olhando ou que nenhuma recompensa seja dada. Discernir o certo do errado e seguir o que se acredita ser o correto sempre, e não de acordo com a conveniência do momento. Ser honesto, ético e justo.

Lealdade
Ser fiel aos amigos e a quem se quer bem. A pessoa que é leal é aquela em que se pode confiar e contar sempre.

Solidariedade
Aprender a dividir e doar o que se pode e o que se tem a quem precisa - sejam roupas ou mesmo um pouco de tempo e atenção. As crianças aprendem pela cópia, isso é fato. Então se você quer que o seu pequeno diga bom dia, por favor e obrigado, você terá que ser a primeira a dar o exemplo.

Por Tissiane Vicentin In: Villa Mulher

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Alimentos que podem ser perigosos para seu filho



Conforme seu filho vai crescendo, passa a querer experimentar a comida dos adultos, e você faz muito bem de aproveitar essa curiosidade e variar ao máximo a alimentação dele. Mas é preciso ficar de olho em certos alimentos inadequados, pelo potencial de engasgos.

O que não dar ao seu filho de 1 a 2 anos

Leite desnatado, tipo C ou light
A maioria das crianças dessa idade precisa das calorias e da gordura presentes no leite integral (tipo A ou B) para crescer. Até a gordura é saudável, pois existem vitaminas que são lipossolúveis, ou seja, precisam da gordura para ser absorvidas. Depois que a criança fizer 2 anos, dependendo da situação, o pediatra pode orientar a adoção de um leite semidesnatado.

Alimentos com risco de engasgo

- Comida em pedaços grandes: Pique tudo bem pequeno antes de dar à criança. Na salada, pique ou rale a cenoura, beterraba ou erva-doce, ou então cozinhe primeiro. Frutas pequenas como uvas devem ser cortadas em quatro, assim como tomates-cereja. Todos os tipos de carne e queijo devem ser picados em pedaços miúdos.

- Alimentos pequenos e duros (balas, todo tipo de castanha, passas secas). Cuidado com pirulitos, pois a bala pode se soltar do palito de repente.

- Alimentos moles e grudentos: Chicletes, balas moles e doces como o brigadeiro podem ficar presos na garganta, e são ainda mais difíceis de ser retirados. Evite chicletes e balas, e, se for dar docinhos, ensine a criança a mordê-los, em vez de enfiar tudo na boca de uma só vez. Creme de amendoim e doce de leite muito espessos também grudam na garganta: só dê ao seu filho passado em pães ou bolacha, numa camada fina, e nunca na colher.

- O risco de engasgo aumenta se a criança resolver correr, pular ou brincar quando estiver comendo. Um susto também pode ser perigoso. Por isso o ideal é que ela coma num ambiente tranquilo, sempre sob a supervisão de um adulto.

- Comer no carro: Evite deixar seu filho se alimentar dentro do veículo, pois será mais difícil tomar conta dele.

O que não dar ao seu filho de 2 a 3 anos


Alimentos com risco de engasgo

Embora a criança esteja comendo cada vez melhor, ainda há risco de ela engasgar. Continue evitando os alimentos citados acima (1 a 2 anos), e tente não deixar seu filho comer fazendo outra atividade ao mesmo tempo, como correr, andar, brincar. Ele pode se distrair e acabar se engasgando.

Depois dos 3 anos, os cuidados devem permanecer, mas ainda é preciso ficar de olho em castanhas, amendoins, balas e pipoca, que podem bloquear a respiração da criança caso sejam inalados.

De olho nas alergias


Existe certa polêmica entre os especialistas quanto à estratégia de adiar ao máximo a introdução de alimentos que possam causar reações alérgicas. A recomendação mais tradicional é, no caso de crianças com familiares alérgicos, esperar até 1 ano para dar pela primeira vez alimentos como clara de ovo e frutas vermelhas.

Mas estudos começaram a demonstrar que esse tipo de atitude não evita o surgimento da alergia. De qualquer forma, quanto maior a criança, melhor ela poderá se expressar se estiver sentindo alguma coisa diferente.

Clara de ovo, amendoim, castanhas, frutos do mar e peixes são os alimentos que mais causam alergia, além de leite, trigo e soja. Componentes de alimentos industrializados, como corantes, também podem causar reações alérgicas.

Quando você for dar alguma dessas coisas pela primeira vez ao seu filho, observe-o bem, e não dê muitas novidades ao mesmo tempo, para ficar mais fácil de identificar uma possível reação.

Escrito para o BabyCenter Brasil
Aprovado pelo Conselho Médico do BabyCenter Brasil

Mães Concurseiras - Uma história de sucesso

Núbia Oliveira
12/05/2013

Tudo começa naquele dia que descobrimos estar grávidas. Para a maioria das mulheres a felicidade é imensa, e o pânico também: nunca mais a vida será como antes! Já não poderemos mais nos guiar apenas pelos nossos próprios desejos e jamais seremos cem por cento livres novamente.

Mas e daí? Quando eles nascem, aquelas coisinhas tão pequeninas, que dependem de nós para tudo, inspiram um sentimento tão profundo de amor, que o preço da liberdade e da autonomia parecem insignificantes. E a partir desse momento passamos a guiar nossos passos sempre levando em consideração o que será melhor para eles.

Algumas mulheres chegam à fase da maternidade no momento em que já alcançaram realização em outros campos de sua existência. Mas essa não é a realidade da maioria. E não é porque os filhos nasceram que deixamos de ser mulheres, esposas e profissionais. As aspirações de encontrar a realização em outros setores da vida continuam ali.

É nessa busca que muitas de nós nos deparamos com o mundo do concurso público. E como ele nos parece particularmente belo, não é? Nele temos nossos direitos protegidos de forma segura, e não precisamos nos submeter à tirania do setor privado, que é capaz de demitir uma mulher na primeira oportunidade que a lei permita, simplesmente porque ela ficou grávida e agora terá outras responsabilidades. Na carreira pública não tememos perder o emprego, ou sofrer outro tipo de represália, quando tivermos de faltar ao serviço para levar o filho ao hospital (e nos munirmos do devido atestado médico, obviamente). Prestando serviço público temos horário certo para entrar e sair do trabalho, sem sermos obrigadas a fazer incontáveis horas extras porque o patrão quer até a nossa última gota de suor e energia criativa (e os filhos que fiquem sozinhos em casa). Também não somos “coagidas” a levar trabalho para casa, nem a usar nossos finais de semana para dar conta de uma demanda que deveria ser de outro profissional que o patrão não quer contratar para não reduzir os seus lucros... enfim, conseguir um emprego via concurso público muitas vezes nos parece a forma mais lógica de termos uma vida relativamente tranquila e digna, onde poderemos dar a nossa família a atenção que desejamos e o suporte que ela precisa.

Tudo muito lindo e perfeito, vou ser servidora pública!

É aí que as coisas começam a complicar... para conseguir um bom cargo público é necessário estudar, e estudar muito! Quanto melhor for o cargo, maior tem de ser o estudo e a dedicação. E isso leva tempo, mexe como o nosso emocional, perturba o equilíbrio familiar e exige disciplina e planejamento. Ou seja, há um preço a pagar, e ele é alto.

É exatamente no momento em que tomam consciência do tamanho desse preço que a maioria das pessoas desistem, sejam elas mães ou não. As que são mãe, logo se ESCONDEM atrás de seus filhos... “meus filhos precisam de mim, não posso gastar esse tempo todo estudando”, “se eu me dedicar ao estudo, não vou poder cuidar dele sozinha”, “tadinho, nunca vai entender que eu preciso passar algum tempo desligada dele para estudar”... e assim enterram de vez as pretensões que um dia tiveram de se realizar profissionalmente, ou então submetem-se a uma carreira mais simples, que lhes fará pagar um preço menor todos os dias de sua existência, porque não tem coragem de pagá-lo de uma vez só por um determinado período.

Mas nem todas as mães ESCONDEM-SE atrás de seus filhos quando se deparam com as dificuldades de estudar para um bom cargo público. Pelo contrário, algumas assumem a postura de ESCUDO deles: “eu vou conseguir passar e dar uma vida melhor para a minha família”. A essas bravas guerreiras, a minha mais sincera admiração!

Como se já não bastassem todas as dificuldades inerentes a vida de um concurseiro, as mães concurseiras ainda tem de lidar com um grande peso extra: o sentimento de culpa pelo tempo em que não podem dar atenção ao filho. Esse fator é tão expressivo que a maioria de nós tenta minimizá-lo ao máximo, sempre arrumando estratégias que nos permitam estudar e mantê-los sob nossa vista, ou fazendo os mais diversos malabarismos na rotina atribulada para conciliar estudos e disponibilidade.

Sou mãe de duas crianças e sempre me perguntam sobre as estratégias que usei. Foram várias, mas poucas de caso pensado. A necessidade surgia e eu tentava arrumar uma solução. Quando comecei a me tornar uma concurseira de verdade, minha filha tinha 8 anos, e meu filho 2 anos. Não sei quantas vezes, por exemplo, estudei com meu filho no colo (principalmente quando ele estava meio doentinho), colocando um filme no computador e fones de ouvido nele, enquanto eu lia o livro que estava no suporte ao lado. Também por várias vezes coloquei-os para dormir escutando aulas no fone do celular (só aulas que já tivesse visto). Fazia isso também quando cozinhava aquelas “comidinhas de mãe” para eles. Da mesma forma ficava ouvindo/vendo aulas no som do carro enquanto os esperava sair da escola, e até mesmo enquanto dirigia com eles dentro do carro. Se eu estivesse ouvindo qualquer coisa, respeitavam e ficavam em silêncio. Engraçado que eles podem até não conhecer alguns artistas famosos (não tenho TV em casa), mas sabem apontar quem é Ricardo Alexandre, Sílvio Sande, Ricardo Vale e cia (rsrs).

Mesmo adotando essas e outras estratégias, muitas das vezes que eles precisaram de mim eu não estava lá. Minha filha foi fazer várias provas sem que eu tivesse tido tempo de passar a matéria com ela. Meus filhos perderam alguns aniversários de colegas porque eu não tive tempo de sair para comprar o presente, e também nem teria de leva-los à festa. Deixamos de fazer vários programas em família porque gastaria tempo. Não estive presente em algumas reuniões do colégio porque precisava dormir naquele horário, já que tinha passado a madrugada estudando. Não me fiz presente em várias brincadeiras em que eles solicitavam a minha atenção. Não os ouvi em vários momentos que queriam falar, porque naquele momento era a minha hora de estudar.

E sabem como eles reagiam? Como qualquer outra criança: ficavam chateados, choravam, reclamavam... mas findavam se conformando e entendendo. Do preço total a ser pago, essa era a parte que lhes cabia, e eles tinham consciência disso (em maior ou menor grau). Para compensá-los eu separava algum tempo na semana para dar-lhes atenção integral. Atenção de verdade, aquela que estamos de corpo e mente presente, certo? O que mais tem por aí é mãe que passa o dia inteiro com os filhos de forma quase mecanizada. E, mesmo não fazendo todos os passeios que eles queriam, nem levando-os a todos os aniversários que tinham para ir, sempre que possível deixava que eles escolhessem um programa.

Acredito que foi nessa busca pelo equilíbrio que se desenvolveu um dos fatos que mais tenho orgulho desse tempo de estudo: ter conseguido envolve-los no NOSSO PROJETO DE EU ME TORNAR UMA AFRFB. Nenhum deles hoje é traumatizado por causa dos “NÃOS” que levou. Pelo contrário! Internalizaram que quando queremos algo de verdade, precisamos pagar o preço para alcança-lo. E que isto não é um problema, é justiça. Afinal, nada ensina mais que o exemplo.

Acredito que o primeiro passo para conseguir o respeito, a admiração e a parceria deles, é fazer o possível para conciliar as necessidades deles as suas, e vice-versa. Algumas doses de “não” nos momentos apropriados, e pela causa certa, podem fazer eles valorizarem e pagar de bom grado o preço pelo teu “sim”. Isso ocorre, principalmente, quando você consegue fazer com que eles percebam, através de suas atitudes, que no momento deles você está ali de corpo e alma, fazendo o melhor por eles. Parafraseando Che Guevara: é ser firme, mas sem perder a ternura...

Lembram de um artigo anterior que publiquei fotos com os post’it? De vez em quando minha filha pegava um e deixava recadinhos para mim:


Ter conseguido alcançar o meu objetivo, após uma longa e extenuante jornada, trouxe-me muitas alegrias. Mas nenhuma delas eu valorizo mais que o olhar de admiração da minha filha, o orgulho na voz do meu filho, e o respeito que eles tem por mim.

Nesse Dia das Mães, os meu mais profundo e sinceros parabéns a essas guerreiras concurseiras que estão buscando na carreira pública a sua realização profissional, para poderem oferecer uma vida melhor a seus filhos. Vocês sabem que tudo é possível quando há amor e dedicação.

Esse é o primeiro Dia das Mães que passo do lado de cá.
Ano que vem quero várias de vocês desse lado também!!

Um abraço de “mãe”,
Núbia Oliveira
nubiaoliveira@e-concurseiro.com.br
www.facebook.com/nubia.oliveira.00

Mães concurseiras ensinam como conciliar estudos e família

Do CorreioWeb



Elas não pulam de prédios, vêem através de paredes ou voam de uniforme, mas têm super poderes. Exímias donas de casa durante o dia e assíduas frequentadoras de cursinhos preparatórios à noite, as mães concurseiras compõem hoje uma nova modalidade de super-heróis, afinal só uma verdadeira heroína consegue ao mesmo tempo ler uma apostila de 400 páginas de direito administrativo e constitucional e pensar no prato favorito do filho para o almoço do outro dia.

Mas nada é tão fácil como parece. No caminho para a aprovação e estabilidade profissional, muitos vilões aparecem para desviá-las de seu objetivo; como o tempo, por exemplo, ou a falta dele. Nessa luta diária para conciliar estudos e família e para satisfazer os dois lados com qualidade, o que motiva toda supermãe é a certeza de que vale a pena o sacrifício em nome do futuro dos filhos. Conheça abaixo as histórias de algumas delas.

Super Marcela
Quatro meses antes de saber que seria mãe, Marcela Muratori, 31, largou o trabalho como administradora na iniciativa privada e decidiu virar concurseira. Com a notícia do bebê, ela resolveu parar os estudos e recomeçá-los apenas quando o pequeno Arthur completasse um ano de vida. Apesar do começo atribulado, hoje a estudante consegue administrar bem sua própria rotina. “Acordo todos os dias às 6h, levo meu filho às 7h30 para a escola de tempo integral, volto, dou uma arrumada na casa, e tiro o resto da manhã e a tarde para estudar. Quando o Arthur chega às 18h fico com ele até a hora de dormir e volto a estudar até meia noite”. Nessa maratona, ela só tem folga nos finais de semana, quando se dedica exclusivamente ao filho; e mesmo muito disciplinada, ela admite que nenhuma rotina está livre de alterações quando se trata dos pequenos. “Sempre penso no Arthur em primeiro lugar, ele quem me dá convicção e força para continuar estudando, mas nessa semana mesmo ele teve começo de pneumonia e não pude estudar muito”, relata.

Super Adelina
Mesmo com apenas uma filha e já crescida - Bruna tem hoje 20 anos -, Adelina de Andrade (foto) também encontra dificuldades para conciliar o papel da família e dos estudos em sua vida. Como mora com a mãe, a casa quase sempre fica lotada de netos, e o pior, Adelina descobriu há dois anos que possui Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), que não a deixa se concentrar nos estudos sem que haja silêncio absoluto. “Estudar com a responsabilidade de passar não é fácil, então a colaboração de todos é fundamental. Mesmo com a lei que criei aqui em casa, de que a prioridade é sempre para quem está estudando, o melhor horário que encontrei é de madrugada - fico acordada até às 2h da manhã”. Em meio a todas as provações, a super mãe Adelina não se deixa abater, e com todo o conhecimento adquirido na vida, ela deixa um conselho valioso aos filhos: “Estudem quando a mãe mandar, porque assim a vida ficará mais fácil”.

Super Camila
Enquanto Camila Lopes, 28, estuda, o bebê de quatro anos assiste televisão ou brinca. Geralmente é interrompida. “Ele fica me chamando e eu tenho que largar os livros. Às vezes até desisto e fico com ele de uma vez”. Quando arranja um horário livre, entre as brechas dos compromissos diários, ela aproveita para colocar o estudo em dia. De acordo com a concurseira, nem sempre o tempo é bem aproveitado. “Quando chega a hora do meu filho para dormir é um daqueles momentos em que há paz para estudar. Mas aí já fiz tanta coisa durante o dia que fico muito cansada”.

Para ela, o esforço de passar em um concurso é um investimento que demanda sacrifícios – e vale a pena. Além da vaga, Camila pretende conquistar o gosto do filho pelos livros. “Sempre tento levar a lição também. Eu digo: ‘filho, a mamãe vai estudar agora’ e acho que isso acaba incentivando”, destaca.

Super Ana Claudia
A estudante Ana Claudia Graim, 40, se dedica aos concursos há um ano. Metade desse período foi utilizado para superar a saída do trabalho. Em processo de divórcio e mãe de três crianças, ela precisou pensar bem na decisão de se dedicar exclusivamente aos estudos. “Trabalho desde a faculdade. Foi um processo difícil, em que eu ficava muito deprimida por achar que estava fazendo algo errado e por não ter mais o dinheiro que eu tinha antes”, recorda.

A renda familiar diminuiu e o lazer ficou de lado. Ela e os filhos passaram a viver da pensão que o marido oferece mensalmente. Os filhos, segundo a estudante, foram compreensivos e solidários. “A gente não sai mais da cidade, não vai a praia, mas eles entendem”, conta. “Às vezes ficam estressados e ansiosos para que eu passe logo, mas disse a eles que estamos em uma fase de plantar para colher depois: a parte da plantação é o maior trabalho, o grande sacrifício, mas depois ficamos bem”.

Super Roberta
A professora Roberta Guedes, 40, dá aula em um cursinho preparatório para concursos e em duas faculdades. Além disso, também é consultora educacional em uma delas. Trabalha das 8h às 11h45, das 14h às 17h45 e das 19h às 23h. Logo após a separação do marido, quando a filha tinha 8 anos e o filho, 6, Roberta percebeu que eles reclamavam muito sobre a sua falta, e se não tinha mais ninguém para olhá-los, ela levava os pequenos para as aulas. “Como professora, vejo que isso é muito comum nas salas de aula. Não é o melhor para a criança, já que ele não está acostumado com o ambiente, nem para a mulher, por se sentir constrangida”, opina. Mas a professora não reclama da correria, acredita que é possível viver bem com sua própria realidade, e deixa uma mensagem para as mães que como ela se dividem em muitas para dar conta do recado. “Não é a quantidade do tempo que vai dizer se a mãe é boa ou não, mas a qualidade. Não importa se o tempo que ela tem é curto, o que importa é que seja um tempo bem aproveitado”.

Dicas de especialista
De acordo com a psicóloga Stela Lobato, vida de mãe concurseira é realmente complicada, mas o segredo vai além de saber aproveitar os poucos momentos de paz que se apresentam, é preciso também provocá-los dentro da rotina diária. “Muitas vezes, quando ao mesmo tempo estudamos e olhamos as crianças, corremos o grande risco de não conseguir fazer nem uma coisa nem outra. Por isso, é importante que a mãe reserve um tempo para os estudos fora de casa. Seu desempenho, tanto nos estudos quanto com a família, pode melhorar muito com idas periódicas a lugares calmos e propícios à concentração, como as bibliotecas; enquanto isso, os filhos ficam sob a supervisão da babá ou de pessoas da família”, recomenda.

Mas se você é mãe solteira e não tem ninguém disponível para ficar de olho nas crianças, a dica é a comunicação direta entre mãe e filho. “A partir do momento em que a mãe decide estudar para concursos tem que haver uma conversa com as crianças. Elas precisam entender porque não receberão mais tanta atenção como antes. Isso inclusive evita que elas interpretem a situação de forma errada e se culpem por não serem mais merecedoras dos mimos da mãe - tal insegurança pode gerar ainda mais interrupções nos estudos, pois provavelmente a criança se empenharia mais para chamar a atenção”, alerta.

Para o professor de cursos preparatórios para concursos e colunista do CorreioWeb, Rogério Neiva, o momento de estudo tem que ser especial, pois não há aprendizado sem foco. “A concentração envolve uma lógica seletiva de estímulos, ao desconsiderar todos os estímulos alheios à matéria que está sendo estudada”, argumenta. Se a mãe precisa competir a atenção dada ao estudo com a do filho, o aprendizado ficará prejudicado.

Porém, Rogério também considera essencial estar com o filho e oferecer todo o carinho que ele precisa. Por esse motivo, é importante reavaliar alguns pontos. “O ideal é que se separe muito bem os momentos em que a mãe estará dando atenção ao filho, dos momentos dedicados ao estudo”. Segundo ele, esse “ideal” faz com que nem o estudo fique prejudicado e nem o filho tenha sua atenção em segundo plano.

Busca da estabilidade faz crescer o número de mães concurseiras Fonte: fetraconspar.org.br

por Janaína Camelo


A secretária administrativa Fernanda Lima, de 35 anos, não economiza palavras nem tempo para descrever a vida que leva com o marido, a filha de três anos, o trabalho, as tarefas de casa e com os livros. Ou melhor, com as apostilas. “Depois que a Sofia chegou, pensei mais no futuro. Ela é minha maior motivação. Consigo estudar um pouco no trabalho, quando há oportunidade, mas estudo mesmo é durante a noite, depois que chego em casa e arrumo minha filha pra dormir. De manhã não dá, porque a Sofia não me deixa. A não ser quando ela quer brincar de estudar também”, diz, com um certo tom de entusiasmo. Ela conta ainda que nos finais de semana o marido a ajuda com a rotina de estudos e leva a filha pra passear por algumas horas. Enquanto isso, a secretária tenta recuperar o tempo perdido com as apostilas preparatórias.

Fernanda é mais um dos milhares de estudantes no país que se dedicam diariamente para conquistar uma vaga no setor público e que colocam seus conhecimentos à prova, literalmente. Além disso, ela se enquadra num grupo que vem crescendo entre os que tentam uma melhor colocação através dos concursos públicos: o das mães concurseiras.

Os objetivos são os mesmos de qualquer outro candidato: estabilidade e altos salários. Mas a razão desse sonho é, muitas vezes, diferente da dos demais colegas. No caso, o foco que estimula as mães concurseiras é a possibilidade de organizar melhor o tempo de modo a conciliar trabalho e atenção à família. Para elas, os filhos são o maior incentivo para a dedicação e a disciplina nos estudos. O problema é que enquanto não conseguem o emprego público e estão se preparando para ele, o esforço demandado tornar-se muito maior. “Muitas das mães enfrentam uma tripla jornada. Elas não estão largando o trabalho para estudar – estão conciliando. A pressão é tão grande que, se não houver força ou algum estímulo, é fácil desistir ou sucumbir à frustração. E é aí que entra o papel do filho. Quando essas estudantes percebem que podem esmorecer, é neles que elas buscam estímulo para não desistir do sonho pela estabilidade”, analisa o professor José Wilson Granjeiro, coordenador geral do Gran Cursos.

Busca da estabilidade

Simone Anchises, 25 anos, mãe e concurseira, reforça essa tese. “Depois que se tem filhos, sua necessidade muda, e principalmente seus objetivos na vida. Hoje, eu necessito de estabilidade e já tive experiência na empresa privada, onde não pude contar com essa vantagem que tanto quero”. Simone tem dois filhos, um de sete anos de idade e o caçula, de um ano. Desde quando soube que estava grávida do segundo filho, ela iniciou a batalha com os livros, apostilas e as provas. A rotina da concurseira não é diferente das outras mães que também estudam. É preciso um jogo de cintura para dar conta da casa, dos filhos, dos estudos e ainda dar atenção ao marido. “É bem difícil, mas não impossível. Estudo à noite, depois que ponho as crianças para dormir. Durante o dia, só nos fins de semana, quando meu marido dá uma saidinha com os meninos. Não sigo nenhum cronograma, apenas vou estudando onde vejo que tenho mais dificuldade, dependendo da matéria do concurso. Começo os estudos por volta das nove ou dez da noite, e vou até a hora que minha cabeça aguentar. Ultimamente tenho ido dormir lá pras duas ou três da madrugada”, conta.

Organização

Mesmo com toda a dificuldade para conciliar as diferentes tarefas do dia a dia, é de extrema importância para o desempenho daquela que é concurseira e mãe planejar um bom programa de estudos, afirmam os professores de cursinhos. E a disciplina para cumpri-lo à risca, é fundamental. “O dia das mães concurseiras não é de 24 horas, é de 30 horas. Claro que vão acontecer os imprevistos. E ela sabe que vai se privar de muitas coisas, de festas e de outros eventos sociais”, ressalta Granjeiro.

Mas para muitas mães, quando sobra um tempo entre uma atividade e outra, a prioridade é dos filhos. Hoje, Fernanda, que também é formada em Direito, estuda sozinha. Preferiu deixar as aulas de cursinho para passar mais tempo com a filha. “O que eu tinha que aprender no cursinho, já aprendi. Agora só reforço com os livros e as apostilas”, justifica.

Benefícios

A secretária Fernanda Lima passou um ano estudando para o concurso da Câmara dos Deputados e agora aguarda o resultado. Mesmo assim, não deu trégua para os estudos. O alvo desta vez é o Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A publicação do edital está prevista para o início de 2013. São 110 vagas para candidatos de nível médio e superior, além de formação de cadastro reserva. Os salários iniciais vão de R$ 2.662,06 a R$ 4.367,68.

Apesar dos valores serem considerados bons quando comparados aos salários pagos pelo Executivo, eles estão bem aquém do que é recebido pelos servidores do Legislativo. Os funcionários do Judiciário ainda sofrem com a remuneração defasada. Mas o professor de curso preparatório, Mário Elesbão, especialista em Direito Constitucional, vê importantes vantagens para a mulher e mãe que ocupa um cargo num tribunal. “No Poder Judiciário, a jornada de trabalho funciona em carga horária corrida, o que permite ao funcionário se programar para outras atividades do dia, e, claro, mais tempo em casa com os filhos e a família”, destaca.

Além disso, o serviço público oferece inúmeros benefícios para quem tem dependentes. A legislação estabelece que os órgãos públicos federais são obrigados a conceder o período de 180 dias de licença maternidade e também o auxílio-creche, que é pago a servidores com filhos que tenham até seis anos de idade. O Senado e alguns órgãos do Poder Judiciário, como STF, STJ e TCU, oferecem também creches que atendem crianças de até dois anos de idade.

Outra importante vantagem, no caso dos órgãos públicos federais, é a garantia de um futuro amparado por um bom plano de saúde, tanto para o servidor como para seus dependentes. No caso dos filhos, o benefício é concedido até os 21 anos, ou até os 24 anos, se comprovado que o dependente cursa uma universidade.

Os chamados “auxílios” variam de acordo com cada órgão e vão desde auxílio natalidade e auxílio material escolar até salário-família e licença-doença da família. “Esse público (as mães) observa não só os salários, mas também a remuneração indireta, o conjunto de vantagens. Esses benefícios corroboram para a escolha do concurso público”, afirma Mário Elesbão.

A expectativa é de bons concursos para os próximos dez anos, de acordo com as previsões sobre o quadro de funcionários dos órgãos públicos federais. Os cursinhos preparatórios estimam que a maioria das pessoas aprovadas nas últimas provas levou em média dois anos estudando. A dica para as mães concurseiras, segundo Elesbão, é não ser imediatista. “Elas devem ir semeando aos poucos. Estude, faça uma prova. Estude, faça outra prova. O nível de concorrência é muito forte, então o conselho é não buscar um resultado imediato e, sim, ser perseverante”.


Especial para o SOS Concurseiro/Congresso em Foco
Fonte: fetraconspar.org.br

Back to Blog!

Depois de alguns... anos (!) sem aparecer por aqui, em respeito ao número de visitas que tivemos, resolvi retomar o blog!
Muita coisa aconteceu nesse meio tempo: perdi minha mãe, deprimi, voltei ao normal, voltei pra minha cidade natal e... recomecei a fazer concursos públicos!
Sou funcionária pública em outro estado, fui cedida para o estado onde moro, mas seria muito, mas muito mais prático (mesmo!) se não precisasse disso! Ou seja, se já fosse funcionária DESTE estado!
Muitas mães, mulheres modernas e ocupadíssimas estão nessa jornada nesse momento, tentado a carreira pública!
Pela primeira vez ou fazendo algum tipo de "upgrade"!
Por isso a nova série de posts: para motivar, orientar, nos ajudar e, porque não, nos consolar!
Porque não estamos sós nessa! E porque sim, NÓS PODEMOS! Enjoy it!